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terça-feira, 5 de outubro de 2010

Rainha Quelé

Dizem que gosto não se discute, Esse então!!





Clementina de Jesus da Silva (07/02/1902 - 19/07/1987), nasceu em Valença-RJ, filha de escravos libertos pela Lei do Ventre Livre. Pequena mudou-se para o Rio de Janeiro, onde estudou em colégio de freiras. Foi figura significativa da MPB...

Quelé foi descoberta tardiamente, apesar de ser contemporânea a artistas da primeira fase do samba. É uma unanimidade de crítica, deixou um legado de jongos, corimas, partidos e demais expressões regionais de extrema importância para compreender nossa cultura popular. Grava apenas 12 discos, sendo três deles compactos, sozinha ou com outros artistas. Para Lena Frias " o Brasil deve a Hermínio Bello de Carvalho sua descoberta", isso era final dos anos 1964. Em 1966 é uma das representantes brasileiras no Festival de Arte Negra de Dacar, no Senegal, e no Festival de Cinema de Cannes, na França. Dedica basicamente seu trabalho à pesquisa e resgate de ritmos e temas africanos e da escravidão.

Definições: "A Deusa Ebanácea Clementina de Jesus é um fenômeno Telúrico exclusivamente brasileiro.(...)Francisco Mignone - 22/05/1980.

"Clementina de Jesus é uma autêntica estrela (...) " Yan Michalski - JB - 30/03/1965.

"É uma definição do sobrenatural." José Carlos Rego - Ultima Hora - 08/04/1965.

"Dizer que Clementina é um arquivo vivo de nossas raízes é supervalorizar pragmatismo: ela transcendeu" Roberto Moura - 27/05/1980.

"Clementina de Jesus, melhor dizendo, apenas Clementina, é a preservação da negritude musical" Jota Efegê - 27/05/1980.

"Clementina é a voz dos milhões de negros desfeitos no fazimento do Brasil (...)." Darcy Ribeiro - 09/06/1980.

PS: Texto Extraído do site: http://cafehistoria.ning.com/group/clementinadejesusarainhaquel





Não vadeia Clementina
Fui feita pra vadiar
Não vadeia, Clementina
Fui feita pra vadiar, eu vou...

Vou vadiar, vou vadiar, vou vadiar, eu vou
Vou vadiar, vou vadiar, vou vadiar, eu vou

Energia nuclear
O homem subiu à lua
É o que se ouve falar
Mas a fome continua

É o progresso, tia Clementina
Trouxe tanta confusão
Um litro de gasolina
Por cem gramas de feijão

Não vadeia Clementina
Fui feita pra vadiar
Não vadeia, Clementina
Fui feita pra vadiar, eu vou...

Vou vadiar, vou vadiar, vou vadiar, eu vou
Vou vadiar, vou vadiar, vou vadiar, eu vou

Cadê o cantar dos passarinhos
Ar puro não encontro mais não
É o preço que o progresso
Paga com a poluição

O homem é civilizado
A sociedade é que faz sua imagem
Mas tem muito diplomado
Que é pior do que selvagem


Salve Clementina a Rainha Quelé

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